Newsletter Instante Perecível
Olá pessoa querida, espero que essa news te encontre bem, dentro do possível.
Hoje o tema da news é saudade. Afinal, meus dias tem sido como poetizou Cecília Meireles, cheios de "pequenos desejos, vagarosas saudades e silenciosas lembranças".
Espero que a saudade aperte por aí, mas não muito. Que ela encontre abrigo nas palavras. Que ela te aponte para uma vida bem vivida, cheia de momentos que a memória amou.
Vem comigo?
Alexandre Coimbra Amaral
Sessão com título Clariceano para compartilhar com você um texto autoral.
Um dia alguém me perguntou: Como foi que eu aprendi a dançar com a saudade? Meus olhos já se enchem d'água. É que falar em saudade faz ela crescer em mim até não caber mais no peito e transbordar. Saudade é uma palavra que revira as minhas entranhas. Aliás, saudades (para mim, saudades é sempre no plural). É que assim como Denison, eu sinto lonjuras e sofro de distâncias. A miopia que tenho está diretamente relacionada com as saudades que sinto. Eu quero tudo perto, quero que tudo permaneça. Mas nem sempre é assim. Então, fui aprendendo a navegar pelos movimentos de aproximação e afastamento da vida, e as saudades que ficam marcando o caminho.
Hoje eu vejo as saudades como uma música de outros tempos que invade o tempo de agora e me convida a dançar. O hoje abraça o ontem para uma valsa. É a presença das minhas ausências, minha alma apontando para onde ela quer ir, e eu deixo. Balanço no ritmo das memórias, sem coreografia.
Viver plenamente é viver para criar saudades. E o tamanho da saudade corresponde ao tamanho da importância. Sabia que eu já quis matar as saudades? Hoje não. Quero continuar vivendo de forma a colecionar saudades. Tantas quantas forem possíveis. Tantas quantas couberem no peito. Mesmo que não caibam, eu deixo elas transbordarem pelos olhos.
Saudades
As tuas experiências
São o teu maior tesouro
Um que ninguém pode roubar
A lembrança é a chave
E ela estará disponível
Sempre que precisar
Basta um cheiro, um som, uma cor
Um gosto, um lugar
Basta fechar os olhos e sonhar
Viva de verdade o presente
significativamente
Para outros tesouros encontrar
E quando a saudade apertar
Lembre que ela só existe
Para nos lembrar
De algo que foi muito bom
Vivido com amor e presença
Com pessoas lindas para compartilhar
Viva, viva, viva
Plenamente
Lindamente
Verdadeiramente
Acredite, dói muito mais não viver assim
Do que viver intensamente
O começo, meio e fim
E todo fim é também um recomeço...
Bruna Berger Roisenberg
Newsletters que eu amo:
1. As cores dela - Débora Gomes
2. Coração Nonsense - Layse Barnabé de Moraes
3. Newsletter da Ana Holanda
4. da Liliane Prata
Estou recebendo de braços abertos sugestões de afetos! É só me mandar.
Para o meu coração num domingo - Wislawa Szymborska
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Me conta o que você anda lendo de bom ;)
Por que as Mulheres Matam (Globoplay): Três mulheres vivendo em três décadas diferentes, na mesma casa, precisam lidar com infidelidade em seus casamentos.
Estrelando: Lucy Liu, Ginnifer Goodwin, Kirby Howell-Baptiste
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Ontem saiu um episódio novinho do forno: Hora de Visita, poesia de Mia Couto. Separa o lencinho que você vai se emocionar!
O podcast Literapia foi criado para compartilhar trechos de escritos que eu amo. Lá tem algumas meditações, poesias, palavras-abraço para todos os gostos. Você também pode me seguir no @literapia.podcast
Que bom te ter comigo para dividir tantas saudades!
Queria agradecer de coração a cada um que dedicou um tempo precioso para me responder. Receba o meu melhor abraço <3
Sugestões, palavras de amor, críticas e tudo o mais, é só me falar. Vou adorar te escutar.
Se você perdeu as últimas news, pode ler elas aqui: / /
Com o coração cheio de saudades,
Bruna Berger Roisenberg