"Sei que nada será como está,
amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite
um gosto de sol."
escreveu Milton Nascimento
os versos mais lindos
pra falar de saudade
amor, encontros, despedidas, mudanças
pra falar da vida
em poesia
a tradução mais perfeita da realidade
um gosto de sol na boca da noite
e nada será como antes
por isso escrevo
sobre o inevitável
nesse fim de ano cheio de saudades
e um 2023 que se aproxima
em desejo e mistério
a espera inevitável por qualquer confirmação que a ansiedade demanda para deixar de existir a despedida inevitável que eu tento ignorar junto com esse aperto no peito da saudade que já se anuncia (e transborda) a mudança inevitável que virá como virá quer eu queira (ou não) o medo inevitável de tudo o que eu ainda não sei mas que chegará cedo ou tarde (e que já é parte da travessia) o corpo inevitável que chora em soluços que afoga em lágrimas esse coração (selvagem) o desejo inevitável e o rastro de desordem que ele deixa os sonhos todos que gritam por coragem a escrita inevitável oráculo saber de tudo o que eu não sabia que já sabia a arte inevitável que me salva de mim e de todo o inevitável
Luzes do sul - Nina George
Você já deve ter percebido, né? Eu sou o tipo de leitora de personalidade fiel. Quando eu gosto de um/a autor/a, eu leio todos os livros ele/a escreve! Com Nina George não é diferente. Já li todos os livros que ela publicou no Brasil, e eu amo absolutamente TODOS. Luzes do sul foi o seu último lançamento. Lindo, poético, e com uma história cativante, estilo Anne with an E. Esse livro nasceu dentro da história de “A livraria mágica de Paris”, e agora se concretizou em um livro de verdade (não mais inventado pra história).
“Os livros transformam pessoas em viajantes do tempo, metamorfos, trocadores de corpos, leitores de mentes e imortais; os livros são, portanto, a grande e remanescente alquimia do nosso tempo.
Perigosos, perigosos, perigosos.”
Poética - Ana Cristina Cesar
Ana C., mais uma paixão literária.
"o homem público no 1 (antologia) Tarde aprendi bom mesmo é dar a alma como lavada. Não há razão para conservar este fiapo de noite velha. Que significa isso? Há uma fita que vai sendo cortada deixando uma sombra no papel. Discursos detonam. Não sou eu que estou ali de roupa escura sorrindo ou fingindo ouvir. No entanto também escrevi coisas assim, para pessoas que nem sei mais quem são, de uma doçura venenosa de tão funda."
Essa entrevista da maravilhosa Liniker pro Roda Viva
A Clareira - texto e voz da Lorena Portela (pega o lencinho)
Crônicas Alemãs - por Aline Valek
Que alegria te ter por aqui!
de tudo se faz canção
e o coração na curva de um rio,
rio, rio, rio